O homem se lava com a água da poça.
Pelo meio da rua, os carros passam e contemplam o inesperado espetáculo.
Alguns buzinam e outros estranham.
A multidão curiosa começa a se aglomerar. Por pouco um banho público não vira atração pública em plena Avenida das Américas.
Mas o homem não liga e parece alheio ao que quer que esteja acontecendo ao seu redor.
Muito pelo contrário, ele ri, aproveita, se molha e se refresca com a chuva de ontem que ainda não evaporou.
O que pra muitos seria um obstáculo, para o tal homem se transformou em ajuda, das grandes.
A sujeira daquela água parece purificá-lo.
O povo apenas observa, mas ninguém repara que na verdade, a poça virou um enorme espelho para o céu.
E o homem agora está nas nuvens.